Sobre o Projeto

Um pouco da nossa história…

Em 1994, na classe de canto do professor Inácio De Nonno, um grupo de alunos, conscientes da importância da experiência prática no palco, apresentou a proposta de retomar a produção de óperas. O título escolhido não poderia ser mais desafiador: A flauta mágica, de Mozart, cantada em português. Com o apoio do maestro Roberto Duarte, do diretor da Escola de Música, professor José Alves da Silva, e da decana do Centro de Letras e Artes, professora Maria José Chevitarese, foi criado o projeto ÓPERA NA UFRJ, que, a partir de então, passou a ser uma atividade de extensão das mais bem sucedidas em nossa universidade ao congregar alunos, professores e técnicos de diferentes unidades e artistas convidados, proporcionando um campo de qualificação acadêmica e profissional em ópera a estudantes de graduação de música, artes plásticas, teatro e dança da UFRJ.

Nossas produções operísticas

Nos primeiros anos, o projeto revezou óperas do repertório internacional com as de compositores brasileiros. Após A flauta mágica se seguiram Maroquinhas Fru-Fru, de Ernst Mahle, a partir da peça infantil de Maria Clara Machado; O elixir do amor, de Donizetti; O Chalaça, de Francisco Mignone, no ano de seu centenário de nascimento; e O franco atirador, de Carl Maria von Weber, uma ópera que não era ouvida no Rio de Janeiro desde 1953, quando foi montada pela primeira e única vez no Theatro Municipal.

Em 1996 teve início o projeto ÓPERA BARROCA, coordenado pelo professor Marcelo Fagerlande, que ofereceu aos alunos durante três anos a oportunidade de trabalhar um repertório alternativo e especializado, normalmente pouco abordado nas temporadas líricas, centradas mais nos títulos dos períodos clássico e romântico. O projeto teve início com Dido e Enéas, de Purcell, prosseguiu com Orfeu, de Monteverdi, em 1997, e finalizou no ano seguinte com a estreia brasileira de La púrpura de la rosa, do compositor espanhol radicado em Lima, no Peru, Tomás de Torrejón y Velasco.

A produção de óperas teve uma interrupção em 1999, causada pela interdição do Salão Leopoldo Miguez, em razão de uma obra para reparos no telhado. O projeto ÓPERA NA UFRJ foi retomado em 2001 com mais uma estreia no Brasil: A volta do estrangeiro, de Félix Mendelssohn. No ano seguinte Donizetti dominou a cena. Foi montada Don Pasquale, com direção de Diva Pieranti, apresentada também em forma de concerto no Theatro Municipal. A Orquestra Sinfônica da Escola de Música (ORSEM) participou ainda da produção de Viva
La Mamma
, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em projeto concebido e protagonizado pelo professor Inácio De Nonno. Após uma memorável produção de As bodas de Fígaro, de Mozart, em junho de 2003, o projeto foi mais uma vez interrompido. A direção da Escola de Música à época optou por investir em um outro projeto até 2007.

Em 2008, a partir de iniciativa da professora Maria José Chevitarese, surgiu o projeto A ESCOLA VAI À ÓPERA, destinado ao público infantil. Uma nova produção de Maroquinhas Fru-Fru, de Mahle, entrou em cena com apresentações lotadas de crianças de escolas públicas e também abertas ao público em geral.

Foi no ano de 2009 que ÓPERA NA UFRJ foi retomado. Com mais uma interdição do Salão Leopoldo Miguez para obras de restauração, que inviabilizava a participação da orquestra, optou-se pela realização de óperas em um ato com acompanhamento de piano e encenadas no hall de entrada do prédio da Escola de Música. Foram apresentadas então O telefone, de Menotti; Rita, de Donizetti, com uma récita também na Sala Municipal Baden Powell; La
serva padrona
, de Pergolesi; e Un mari à la porte, de Offenbach, com uma récita na Escola de Música e duas no Teatro do IBAM, sendo uma delas exclusiva para alunos da rede municipal do Rio de Janeiro. No ano seguinte foi apresentada O segredo de Suzanna, de Wolf-Ferrari.

Com a reabertura do Salão Leopoldo Miguez, as óperas voltaram a ser encenadas com orquestra e um título inédito foi apresentado pela primeira vez no Brasil. Don Quixote nas bodas de Comacho, do compositor barroco alemão Georg Philip Telemann, inaugurou uma nova fase do projeto ÓPERA NA UFRJ, com um aumento substancial no número de récitas ao estabelecer a itinerância por teatros do Estado do Rio de Janeiro. Com o apoio de secretarias de Cultura e Educação, as produções da Escola de Música foram levadas aos municípios de Campos, Niterói e Petrópolis, atingindo um público novo que em sua grande maioria jamais havia assistido a uma ópera, inclusive alunos das redes municipais. Nesse período, as óperas destinadas ao público infantil também apresentaram títulos inéditos, com as primeiras audições de Joca, Juca e o pé de jaca, de Rafael Bezerra; Godó, o bobo alegre, de Francisco Mignone; e O cavalinho azul, outra peça de Maria Clara Machado com música de Tim Rescala.

O apoio da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), a partir de 2012, se mostrou fundamental para que a produção dos
espetáculos ganhasse em qualidade. Por meio do Edital de Apoio à Produção e Divulgação das Artes no Estado do Rio de Janeiro foi encenada, em 2012, Cosi fan tutte, de Mozart, e, em 2013, Caso no júri, opereta de Gilbert e Sullivan, cantada em português e representada no cenário real do Tribunal do Júri do Centro Cultural do Palácio da Justiça, local onde já havia sido apresentada no ano anterior como projeto do professor José Henrique Moreira, da Escola de Comunicação da UFRJ, em parceria com o CCPJ. Chegamos enfim ao vigésimo ano de existência do projeto. Para marcar a data, encomendamos ao professor João Guilherme Ripper a composição de uma nova ópera a partir da comédia O diletante, de Martins Pena. A adaptação da peça pelo compositor transformou a história em uma celebração à ópera, na qual o personagem principal expressa sua paixão incondicional pelo gênero e representa, em síntese, todos aqueles que se deixam encantar pela cena lírica. Não poderia haver escolha mais significativa para representar a paixão pela ópera de discentes, docentes e técnicos que se envolveram e se envolvem nas montagens, como também do grande público que sempre prestigia esses espetáculos.

Libreto de A Flauta Mágica, primeira produção do projeto Ópera na UFRJ
Fotografias de divulgação da ópera Dido e Enéas, de Purcell,
1996. Cantores ao lado dos diretores Marcelo Fagerlande e José
Henrique Moreira. Fotografias de Márcia Carnaval. Acervo
do Setor de Comunicação (SetCOM).
professora Yvone Zita, em 1986, na apresentação de Le villi, no Salão Leopoldo Miguez

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Ópera na UFRJ 20 anos

Baixe o pdf do livro comemorativo dos 20 anos do projeto Ópera na UFRJ.